sábado, 2 de outubro de 2010

O meu cantinho...


O trabalho com as mãos libera a mente!
Sou polivalente e hiperativa. Pinto, bordo, cozinho e muito mais...
Gosto do sol!
Gosto de tudo que é verde e tudo que planto cresce e florece em direção ao ceu.
Amo a vida, a familia!
Mãe de Marina e Miguel, vó de Enrico e Bernardo, esposa do Sergio!
Amante da boa música...


Encanto de lugar ...









Todas as quartas eu tenho um encontro com um grupo de ceramistas no Ateliê da Vânia Bueno que tão docemente nos recebe e nos ensina a arte e a magia da cerâmica.

O local é ideal, terapêutico, maravilhoso que nos permite desenvolver nossos processos criativos. Localizado no pé do morro Moquém, considerado um dos mais altos da Ilha, coberto pela Mata Atlântica preservada, rica em sua flora e fauna, principalmente por aves silvestres, no Rio Vermelho.

Pouco a pouco Vânia vai realizando seu sonho de divulgar e valorizar a arte cerâmica, em um processo interativo com suas alunas que hoje se tornaram suas parceiras, formando um grupo que vai se descobrindo e acreditando em seu potencial criativo.

O Atelier mantém cerâmicas em exposição no próprio ambiente de trabalho e a visita é uma boa oportunidade para observar a integração da natureza com o barro, a lenha, forno e a energia que motiva o trabalho artístico.

Para a queima das peças são utilizados fornos a gás e lenha, sendo o diferencial na queima de alta temperatura, até 1300°C e a utilização do saggar-fire e o Raku.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Centro de Mesa


Prato com esmalte verde dourado, temperatura de queima superior a 1150 0C.



Workshop MonoPrint - Ateliê Clara Coelho


Momentos durante o workshop

Resultados dos trabalhos realizados.

Participei do Workshop MonoPrint no Ateliê da ceramista Clara Coelho no final de agosto em São Paulo. É um método de impressão por transferência de um desenho criado a partir do gestual, com resultados aquarelados, em monoqueima. Gostei muito, recomendo!

Chimarrão - Gauchismo e Chimarrão



Moacyr Scliar
Caderno Vida
jornal Zero Hora, 19/09/98

Há algumas semanas esteve em Porto Alegre o professor norte-americano Clifford Landers, grande divulgador da literatura brasileira nos Estados Unidos e tradutor de, entre outros, Rubem Fonseca e João Ubaldo. Num domigo pela manhã, levei-o a conhecer Porto Alegre. Terminamos no brique da Redenção, onde ele ficou maravilhado com o movimento e, sobretudo, com o número de pessoas tomando chimarrão.

Disso podemos nos orgulhar. O McDonald's está em todo o mundo, a Coca-Cola também, mas o chimarrão continua sendo autenticamente gaúcho.

A pergunta é: por quê? Porque não aconteceu com a erva-mate o mesmo que com o café e o tabaco, transformados em "commodities" globais?

Exatamente por isso, porque o chimarrão não é cômodo. A térmica dispensa o fogo e o trempe, mas, de qualquer modo, preparar a infusão continua requerendo elaborado ritual, muito mais elaborado do que extrair um cigarro do maço e acendê-lo. Não houve maneira de industrializar o chimarrão como foi feito com o café, com o cacau, com o tabaco e até mesmo com a cocaína.

Sim, há o chá de mate, e é uma bebida agradável, mas é uma coisa bem diferente. A cultura do chimarrão é uma cultura artesanal. Mais do que isso, ela não está associada a nenhum dos valores da sociedade competitiva, de consumo. Café e coca são estimulantes, o cigarro, ao menos em uma época, foi símbolo de status, o chocolate era até considerado afrodisíaco. O modesto mate não tem essa aura. É verdade que ganhou fama de diurético, mas, com a quantidade que se toma, teria de ser diurético mesmo, e, além disso, quem precisa urinar tanto?

Por outro lado, pesou sobre o chimarrão a suspeita de que estivesse associado ao câncer de esôfago. Isso, felizmente, não se confirmou. Os fumantes que tomam mate estáo mais sujeitos à doença, mas isso se deve à forma de efeitos da água quente e das substâncias cancerígenas do tabaco. Se for o caso, é preciso larga o cigarro. O que seguramente será um benefício.

Não é preciso atribuir ao mate poderes medicamentosos. Seu mérito é de outra natureza: congrega as pessoas, estimula o sentido de camaradagem. O que tem óbvios benefícios emocionais.

Num mundo ameaçado pela homogeneização, a cultura gaúcha, teimosamente, gloriosamente, sobrevive. O que é muito bom. Identidade é algo a ser preservado, inclusive por se tratar de componente importante da saúde mental. Melhor tomar chimarrão do que recorrer aos psicotrópicos como forma de preencher o vazio existencial.

Cuia para chimarrão





Nossa proposta é desenvolver um design para uma cuia de chimarrão em cerâmica. Aqui apresento alguns estudos preliminares.

O chimarrão (ou mate) é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, um hábito legado pelas culturas indígenas quíchuas, aimarás e guaranis. Ainda hoje é hábito fortemente arraigado no Brasil principalmente no Rio Grande do Sul, parte da Bolivia e Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina.

É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate e água quente.

Embora a acepção mate seja castelhana, é utilizada popularmente também no Rio Grande do Sul paralelamente com o termo "chimarrão".


Fazer cerâmica...

Fazer cerâmica para um artista é como criar mundos. Nesta criação intervêm muitos fatores, uns sobres os quais o homem pode influir diretamente, como pode ser a confecção das suas massas, da secagem de suas peças, da temperatura das diferentes queimas, o tempo cronológico etc, entre outros; e sobre os que não pode exercer nenhum tipo de controle, como o tempo atmosférico, o fogo, a atmosfera criada no interior do forno, etc...